sexta-feira, dezembro 07, 2007

O microfone está aberto


Está muito facil fazer um curta-metragem. Se voce quer contar a sua historia, vá em frente. Não vai faltar público, são dezenas de portais que hospedam seu vídeo gratuitamente. Não vão faltar festivais, são milhares, de Sundance, à Mostra de Curta-Metragem Fantástico de IlhaCompridaEm tempos de reality shows, muita gente acha que fazer documentário é ligar a camera e deixar o povo falar, sem se preocupar com o que se tem a dizer. Ou fazer um filme cabeça é usar planos longos e atores exóticos com olhares esquisitos. A ultima coisa que providenciei para fazer o curta-metragem foi equipamento e elenco. A primeira foi a história. Tive uma idéia, transformei em argumento, depois em roteiro. Só ai foram uns meses. A história precisava amadurecer pra ver se dava pé. Inscrevi o meu curta numa penca de festivais e gostei de muita coisa que vi neles. Mas reparei também a quantidade enorme de “obras” sem o menor compromisso. Coisas que, me pareceram, foram pensadas de manhã e produzidas a tarde. Parece que estamos vivendo a fase da infância da produção audiovisual, onde o que importa é somente falar, ou tentar falar, ainda que só saiam alguns balbúcios. Muita gente me cumprimentou quando soube que eu tinha feito um curta metragem, mas nem sabiam do que se tratava ou se estava bem feito ou não. Cuidado com a “livre adaptação de” ou “inspirado na obra de(ou pior, inspirado no universo de…)”. Você ja se imaginou fazendo um remendão num Machado de Assis? Ou dar umas pinceladas num quadro de Pablo Picasso? Não importa se a sua história e curta ou longa, se tem final feliz ou não. Desde que exista uma história para ser contada. O microfone está aberto, mas por favor só use se tiver algo a dizer.

terça-feira, outubro 16, 2007

Dá-lhe grande irmão


Hoje é muito comum ver pessoas com máquinas fotográficas ou celulares com câmeras em todo lugar. E a tudo registram. E esses registros acabam ficando disponiveis na internet para qualquer um. O futuro sombrio retratado em “1984″  de George Orwell, com o Big brother e seu olho que tudo vê, talvez não se concretize. Ou, esse big brother (tirando o programa de TV) talvez traga algo de positivo. Exemplos? Imagens do confronto entre militares e manifestantes em Mianmar, feitas com a câmera de um celular correram a mundo. Àquela altura dos acontecimentos o governo militar já caçava qualquer repórter ou cinegrafista estrangeiro que estivesse dando sopa por ali. As imagens do PM Otavio Lourenço Gambra, O Rambo, matando o conferente Mário José Josino, no caso da favela Naval em Diadema foram cruciais no julgamento. O PM pegou 65 anos de prisão. Nos dois casos, separados por cerca de 10 anos, as imagens não foram captadas pelos meios conhecidos e estabelecidos pela mídia - equipe de reportagem, etc . Mas a informação acabou atingindo a grande mídia porque era de interesse público. Por outro lado se você resolver transar no elevador do seu prédio, sua proeza pode acabar nos mais vistos do Youtube.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Nomes de novelas

Como será que surgem os nomes de novelas? Você já deve ter notado como são genéricos os nomes de novelas. Podem significar muito ou não significar nada. Assim, são usados em qualquer faixa de horário e em qualquer canal. Mas como são criados? Aqui vai uma possibilidade: a equipe criativa do canal tem duas listas de palavras distintas. Numa delas palavras que têm um sentido de sentimento, ligação ou relação. Como: paixão, amor, doce, sonho, pecado, coração, segredo, desejo, laços, feliz (só de ler essa seqüência já dá a impressão de ter visto uns 3 nomes de novelas), etc. Na outra lista substantivos significando pessoas (ou grupos), lugares, periodos ou estados de espirito - com excessão da palavra veneno. Exemplos, tropical, maravilha, mulheres, anjo(s), história, sonho (de novo? aqui é substantivo), louco, vida, nascer, livre e etc. Pronto, agora é só sorteio. Jogam para cima cada uma num pedaço de papel, os dois (ou três) que cairem próximos estão escolhidos. Vem ai mais um campeão de audiência!

Skol e a suspensão da descrênça


Estava vendo o comercial da cerveja Skol onde, um grupo de rapazes encontra um grupo de garotas no caixa de um supermercado. Eles estão levando um pacote de latas de cerveja. Elas, um pacote de gelo. Minha mulher disse que achou o filme mais fraquinho da campanha. Eu concordei de chacota dizendo que era inverossímil um grupo de gostosas tocando uma barraca de peixes na feira. Ela disse, feirante não compra gelo no supermercado. Nosso vizinho é feirante da barraca de peixe. Ela disse também, esse é o mais mentiroso dos filmes da Skol. Eu disse que apesar de ser o mais fraco, tinham outros mais mentirosos, como por exemplo o da geladeira de cervejas na sala. E não era isso que fazia dele o mais fraco.Tem um aspecto da ficção que é a suspensão da descrênça (uma tradução estranha de suspension of disbelief), onde o espectador concorda tacitamente em aceitar coisas impossíveis na vida real para que a história faça sentido, ou simplesmente, exista. É por conta disso que aceitamos que James Bond saia ileso de explosões e tiroteios, ou Harry Potter voe numa vassoura. No vídeo o verossímil é melhor que o verdadeiro. Mas quais são os limites - inferior e superior - para essa suspensão da descrênça afinal? 

terça-feira, outubro 09, 2007

Que time é o teu?

Se perguntar a torcedores de futebol quais são os atuais patrocinadores do principais clubes paulistas o índice de acertos será muito pequeno. Por um lado, porque todo ano o patrocinador do clube muda, com raras exceções como o Flamengo que ja está com a Petrobras há mais de 20 anos. Por outro lado, porque o torcedor já enxerga a marca do patrocinador estampado na camisa do jogador como parte integrante do uniforme, e passa e não dar grande importância para a informação que está ali. O time espanhol do Barcelona, se dá ao luxo de não estampar nenhum patrocínio comercial, mas a realidade vivida pelo clube é outra, a economia onde ele está inserido, também.
É desejável que a imagem do patrocinador seja associada ao clube patrocinado. É ideal que o clube patrocinado seja bem sucedido, essa imagem de vencedor logo cai positivamente sobre patrocinador. É muito melhor quando o patrocinador é "bem visto", muito mais do que somente visto, pelo público em função desse patrocínio. Ainda mais em tempos de imagem positivamente associada ao cuidado com o meio-ambiente, à preservação do bem estar da sociedade e aos hábitos saudáveis. E se o patrocinador levasse os créditos por gerar uma boa imagem ao clube, e por conseqüência, a si mesmo? O patrocinador não vai entrar no gramado e marcar gols. E se o patrocinador fosse responsável por uma limpeza no uniforme do clube? Deixando o uniforme com de cara de 'época de ouro' do futebol. Ou seja, patrocina mas não aparece estampado no uniforme. Parece maluquice? mas se o patrocinador levar os créditos por manter o uniforme do time limpinho, fará muito mais a sua imagem do que os patrocínios atuais fazem. Ações paralelas serão necessárias para associar inicialmente e manter, ao longo do periodo, o nome do patrocinador como responsável pela boa imagem, e resgate dos valores do clube.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Cidade limpa


Quando surgiu o projeto que acabava com grande parte da mídia exterior na cidade de São Paulo, eu pensei, boa oportunidade para as grandes empresas fazerem marketing em cima dessa ideia. Alguns ícones, como o relógio do Itaú no Conjunto Nacional, não iriam ficar de fora do cumprimento da lei.
Na época comentei com amigos que se o banco tirasse o nome lá de cima, e deixasse um relógio usando como suporte o quadrado azul de cantos arredondados do logotipo do Itaú, tava resolvido. O troço tá lá há tanto tempo que ninguém será capaz de se confundir. De quebra a empresa mostra que está comprometida com o meio ambiente, blá blá blá, etc.
Na VEJA desta semana, a primeira publicidade que aparece é a do Itaú, e advinhe só, o shape azul do logo está sem o nome do banco, aliás não aparece o nome do banco em nenhum outro lugar da peça. Qual será o próximo passo do banco nessa história do relógio do conjunto nacional? As últimas noticias publicadas diziam que havia uma disputa entre o banco e a Comissão de Proteção da Paisagem Urbana, que é quem analisa os casos que escapam da lei.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Eu quero meu YouTube com controle remoto!



Todo mundo diz que o bom do youtube é poder escolher o que ver, a hora que quiser. Então você abre a página e fica procurando, procurando, e na verdade não sabe o que quer ver. Como nos dias que você abre o seu navegador de internet e não sabe aonde ir. Bom mesmo é a TV a cabo. É só ligar, deitar no sofá com o controle remoto, e ficar mudando de canal até achar alguma coisa boa. Tem dias (e horários) que não têm nada de bom. Não que você não encontre, não tem mesmo. O fato é que quando você abre a página do youtube, aparecem várias sugestões de vídeos pra assitir e a cada um que você assiste, surgem outros relacionados. Assim, você navega entre as 'sugestões' do site. Se essa escolha ficar por conta do internauta, ele irá se perder na indecisão, diante do mar de possibilidades que este tipo de portal de informacão traz. Muitas vezes cliquei no botão voltar do navegador depois de assistir a um vídeo, pra assistir a outra daquelas sugestões que ficaram na página anterior e satisfazer a vontade de escolher mais de uma opção. Na verdade o que realmente queremos, mais do que alguém que filtre a enorme quantidade de porcarias, é alguém que nos sirva como um garçon. Pela preguiça de procurar pelas novidades e coisas interessantes, e avaliar o que é bom ou não, ou pra não cair na maldita indecisão. Na dúvida clique em Mais vistos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Midia ultra-super-hiper-segmentada


Eu acho interessante alguns contatos meus do msn/AIM/google talk, colocarem junto ao nickname um slogan divulgando seus méritos profissionais. No msn por exemplo: Zé Dasilva - perca peso agora, pergunte-me como! Como se muita gente fosse ver aquele "anúncio". Os meus contatos são todos pessoas que eu conheço, e que sei o que fazem profissionalmente. E se eu quiser comprar o kit herbalife não vou procurar no msn. O fato é que eu acho essa mídia tão eficiente quanto colocar um outdoor na parede do quarto. Isso ainda traz a impressão de que o cara quer vender o produto a qualquer custo (sem trocadilho). Tipo, rifar o que sobrou do bolo no fim da festa p/ pagar o buffet.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Sobre direção de fotografia



Tem uma sigla - ASC - que vem depois do nome do diretor de fotografia - em filmes americanos significa American Society of Cinematographers - ABC, em filmes brasileiros, que significa Associação Brasileira de Cinematografia e que o cara é filiado à instituição que apoia, divulga e congrega os profissionais da área.
Eu fotografei (ou cinematografei, mesmo tendo feito em digital) meu curta com a mesma preocupação que eu tenho quando estou criando um layout ou uma arte qualquer. A limpeza é parte integrante, é uma especie de profilaxia, sem a qual a coisa não existe. É a partir de uma folha em branco que se pode criar algo. Em branco por não ter sido usada, e não ter sido sujada. Estava confiante que isso ia garantir alguns pontos na hora do julgamento, pois não vi essa preocupação em vários concorrentes. Achei que isso era pré-requisito para estar lá. Ou seja, estão concorrendo aqueles que entregaram um trabalho finalizado. E limpo. Que nada, dancei na competição. Então, comecei a pesquisar curtas-metragens vencedores de festivais (antes passei dois dias pensando, ninguém me ama!). Principalmente aqueles entre os digitais. Notei que há uma predominância de videos cuja fotografia parece ser feita sem a preocupação de criar um clima para a cena - que é o objetivo da dir. de fotografia -, parece feita com a luz que estiver disponivel ali na hora, o objetivo seria apenas iluminar os objetos em cena. Uma especie de dogma 95. Parece que é preciso mostrar na tela que a verba pra produzir era pouca. Ainda que se faça com equipamento improvisado, é preciso parecer despreocupado. Qualquer preocupação com aspectos técnicos tende a levar a pecha de burguesa. Portanto está à margem do cinema independente.
E quando o HD estiver tão barato que será impossivel não usá-lo? E quanto a efeitos especiais, estarão proibidos também no cinema independente? Custos? Qualquer garoto de 15 anos sabe fazer coisas absurdas em programas de animação 3D. Veja um filme françês "Irreversível", e não deixe de ver os extras. É independente e tem muitos efeitos.
Assim cria-se uma estética de Festivais de cinema independente, qualquer gesto na direção de fotografia, ou na finalização, que se aproxime de hollywood, será excluído!

quinta-feira, setembro 06, 2007

Qual é o seu jingle favorito?


Café seleto? Bala de leite kids? E os atuais? Nenhum. 
Provavelmente você vai dizer um que está na sua memória. Provavelmente porque ele martelou, martelou, até que gravou para sempre no seu cérebro. E o custo disso para o produto, em termos de imagem? Só a mãe do vendedor de pamonha de Piracicaba não o odeia. O fale mal, mas fale de mim, está em desuso desde 1969. Um jingle que martele a cabeça do público até ficar gravado, serve tanto ao produto quanto o megafone da pamonha de Piracicaba. Um jingle que não martela não fica conhecido. Jingle na publicidade foi uma moda que surgiu e acabou ficando. Como os slogans rimados. Estes felizmente não resistiram. Como o seu vizinho com o corte de cabelo do anos 80. Não porque ele seja modernoso e descolado e esteja fazendo uma "releitura" (argh!) daquela moda. Mas porque ele corta o cabelo daquele jeito desde os anos 80.

quarta-feira, agosto 22, 2007

A familia orçamento



A familia orçamento era composta de tres membros, Custo, Lucro e Prejuizo. Quando havia algum evento, festa ou velorio, iam os tres sempre juntos. Tinham personalidades distintas, por isso, se equilibravam. O Custo era prestativo, solícito, todos o viam com bons olhos. O Lucro era o mal visto. Tinha a injusta fama de arrogante e inutil. Mas era quem trazia o progresso e as ideias inovadoras. O Prejuizo, bom... o Prejuizo ninguem achava nada dele, aliás achavam equivocadamente que ele não era capaz de fazer mal a ninguem. Uma vez, o Custo estava com pressa, acabou saindo e levando apenas o Prejuizo, deixou o Lucro para trás.  A segunda vez foi por iniciativa do Prejuizo, sairam e deixaram novamente o Lucro para tras. Ninguem sentiu a sua falta, ou melhor, acharam que sem ele até dava pra levar. Logo, o Prejuizo mostrou o seu talento para influenciar o Custo, e começou a defender a ideia de viviam muito bem sem o Lucro. O tempo passou e cada vez mais o Lucro foi sendo deixado de lado. Afinal, não viam aplicação prática e imediata para as ideias de progresso e crescimento que o Lucro defendia. Parecia um luxo desnecessário. Numa ocasião o custo adoeceu e o prejuizo saiu sozinho. Lá contou varias historias, e todos a sua volta riram muito, ele pensou que estava fazendo sucesso, mas todos sentiam pena dele por estar sozinho. Isso aconteceu varias vezes e com o tempo ele passou a receber cada vez menos convites. Começou a abusar do alcool, usar drogas, não... essa é outra fábula. Solitario, ele procurou se aproximar do Lucro. Este, generoso como era da sua natureza, aceitou a reaproximação, mas impôs a condição de que os três deveriam voltar a andar sempre juntos. Assim funcionavam perfeitamente. O que aconteceu depois ? aqueles que achavam que a presença, somente do prejuizo era divertida mas não ia além da fachada, reconheceram o valor dos outro membros da familia, e a importância da presença de todos.






segunda-feira, agosto 13, 2007

A esquerda depois de Lula



O PT administrou a cidade de Santos com a prefeita Thelma de Souza de 89 a 92. Foi, no que se tornou de conhecimento público, uma boa administração. Ela foi corajosa ao comprar antigas brigas, no transporte público, por exemplo. Construiu o terminal de ônibus facilitando a ligação da zona noroeste ao resto da cidade e construindo lá um fiel eleitorado. Ficou público também o hábito do PT de trazer seus aliados políticos, sejam de onde for, para ocupar cargos na prefeitura. Assim, o secretário de saúde, vindo de Baurú, se tornou seu sucessor. O povo deu o seu voto. O voto nas urnas e o de confiança. E o PT se re-elegeu facilmente na cidade. A gestão seguinte, do falecido David Capistrano, não foi exatamente exemplar, nem repetiu a coragem da Thelma. Mas continuou o hábito petista de nomear os companheiros para cargos públicos. Depois disso a ex-prefeita nunca mais voltou o cargo, e recentemente não se reelegeu deputada.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Dawn of the dead

No site mingle2.com tem uns testes bem legais, por exemplo quais suas chances de sobreviver a um ataque  de zumbis


51%

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